sábado, 26 de setembro de 2009

Freire e alfabetização emancipadora.

Historicamente, Paulo Freire proporcionou um dos poucos modelos práticos e emancipadores sobre o qual se pode desenvolver uma filosofia radical da alfabetização e da pedagogia, não apenas no Brasil.
Freire trata a alfabetização como projeto político emancipador, no qual desenvolve a idéia de uma pedagogia concreta e prática; relacionando de forma dialética o ser humano com o mundo.
Nessa perspectiva, a alfabetização não é tratada meramente como uma habilidade técnica a ser adquirida, mas como fundamento necessário à ação cultural para a liberdade, aspecto essencial daquilo que significa ser um agente individual e socialmente constituído; podendo não apenas ler, mas compreender e transformar suas experiências e sua realidade. Colocando cada ser como parte ativa da sociedade.
Freire defende que a alfabetização é parte do processo pelo qual alguém se torna autocrítico e ao mesmo tempo participativo das decisões que de uma forma ou outra dizem respeito a sua existência.
Aproveitando uma das minhas leituras da semana, e fazendo uma gancho com o tema postado anteriormente, percebo que realmente não estamos conseguindo alfabetizar nossos jovens!Cito o caso do garoto que pichou as paredes recém pintadas de uma escola, causando uma polêmica bem comentada pelos meios de comunicação.Parece óbivio que esse menino não se sente integrado a comunidade,pois do contrário não faria o que fez.
Muitos casos de violência é justamente por que falta desenvolver o pensamento de que o ser é um agente individual,mas socialmente constituído,devendo saber viver em sociedade;lendo e compreendendo as regras e leis.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Violência Escolar.

Ao buscar mais informações a respeito desse assunto tão atual e preocupante, encontrei esse site que atenua um pouco a carga de responsabilidade que a sociedade tenta impor à escola,quando falamos em violência.Por isso resolvi compartilhar com todos que venham acessar meu blog.
"A sociedade tem vindo a sofrer significativas transformações. A família, núcleo primordial de educação tem vindo dissimuladamente a delegar esse papel para a escola, dado que é no contexto educativo que as crianças passam a maior parte do dia. Todavia, nenhuma outra instituição poderá jamais substituir as condições educativas da família, nem parece ser razoável que seja unicamente a escola a ensinar valores tão necessários para o normal desenvolvimento da criança tais como: a democracia, as regras para a sã convivência, o respeito pelo outro, a solidariedade, a tolerância, o esforço pessoal, etc.
À escola não se pode pedir que além de ensinar os conteúdos programáticos exigidos pelo Ministério da Educação, tenha também que ter a função educativa que compete aos pais. Terá que haver um esforço financeiro governamental, não só econômico, mas também em nível de recursos humanos para que programas de combate à violência e exclusão social sejam realmente concretizados e obtenham bons resultados."
Bibliografia
ALÃO, Ana Paula (1990). As mudanças na condição feminina e na família. In REIS, António. (Dir.) Portugal contemporâneo. Lisboa: Pub. Alfa. Vol. 6.
ARIÈS, Philippe (1988). A criança e a vida familiar no Antigo Regime. Lisboa: Relógio D’Água Editores.

domingo, 13 de setembro de 2009

Aprender com os outros.

Todas as interações e discuções que realizamos sobre leituras feitas, nos levam"aprender com os outros". Pois,quando Rickes (2002, p. 78) chama a atenção de que a constituição de uma alteridade ocorre no momento em que o sujeito pode minimamente reconstruir tal alteridade internamente. “Ou seja, para que algo seja percebido como habitando o fora deve ter antes deixado algumas pegadas dentro”.
Nós fazemos exatamente isso. Nos apropriamos das leituras, depois nos inteiramos da fala de nossos colegas para então deixarmos nossas marcas nesses espaços.Continuando a idéia de Rickes ( 2002, p.87) é preciso, para que tais pegadas se façam marcar, que algo desse fora tenha sido integrado ao sistema... “Daí se infere que o que se encontra no lugar de fora, de objeto, de alteridade, para o sujeito, está lá por que fez certa marca interna para o mesmo. Mesmo o fora aparece como uma construção interna sempre aprimorada, sempre mutante”. Nós deixamos algumas marcas, pegamos outras e em conjunto com o grupo aprendemos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Letrado ou alfabetizado?

Como diz a professora Magda Soares (1998):
"...um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um alfabetizado, se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para
que um alfabetizado as escreva, ..., se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma,letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita. (p. 24) "
Sendo assim, só o letrado sabe apropriar-se da leitura e da escrita e faz uso ela.Mas continuamos nos preocupando em alfabetizar!