quarta-feira, 31 de março de 2010

Pensando no Estágio com o coração apertado.

Minha postagem vai ser como um desabafo, pois a primeira coisa que li foram os comentários da Patrícia, ambos dando força, estímulo e coragem.Mas como ela mesma falou, mesmo nós sendo professoras há anos, ficamos apreensivas com o fato de estarmos em estágio supervisionado e também nos chocamos com fatos que abalam nosso emocional.Desde o início dos registros sobre o estágio, coloquei a agressividade de alguns alunos da turma e meu objetivo de vir a melhorar a convivência tanto em sala de aula quanto fora do ambiente escolar.Porém parece que nem sempre escolhemos o melhor caminho. Hoje, depois de já ter trabalhado algumas coisas sobre o significado da Páscoa, passagem para uma nova vida, etc...Fui com a minha turma para um momento de leitura na biblioteca, e no final, depois que eles já haviam lido o livrinho que escolheram, eu li para eles a História do Lápis, do autor Paulo Coelho, que resumidamente fala das qualidades e das marcas que o lápis deixa; claro que o lápis é figurativo. Meu propósito era despertar o valor que existe em cada um , já que no meu planejamento, segunda-feira estaremos trabalhando esse texto. Aparentemente todos acharam muito bonita a história, aproveitai para dar a Páscoa deles e tentar prolongar por mais tempo aquele momento tão afetuoso que estavam compartilhando. Porém meu aluno de 15 anos se levantou e em tom de raiva me disse que "Isso tudo aí é uma droga, agente não é lápis e nem dá pra ser bom, se não os cara querem comer agente." Fiquei perplexa com o desabafo e mais tarde fui conversar com o menino, que dificilmente levanta o rosto para falar comigo; mas parece que esse garoto perdeu a sua infância de forma violenta. Claro que a essa altura já deu para saber que esse menino é um dos agressivos da turma. Um acoisa é certa, dar aula muitos anos não nos prepara nem para estágio supervisionado nem para observar tanta raiva e tanta dor na fala de uma criança, de 15 anos, mas criança!

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Pois é Sônia, entendo perfeitamente o que está sentindo.. já passei por situações semelhantes. Desejo que tenha força e consiga trazer essa criança para ti, pois o que ele quer realmente, é chamar atenção, ele precisa de atenção. Entende?? Fica bem...